Polícia prende servidor federal investigado por esconder câmeras para gravar mulheres nuas

Prisão foi na tarde desta quarta-feira (21). Pablo Silva Santiago colocava câmeras em banheiros de casas, locais públicos e pousadas, segundo polícia; Ministério da Cultura afastou funcionário preventivamente. Pablo Silva Santigago, servidor do Ministério da Cultura investigado por gravar mulheres nuas sem consentimento.
Reprodução
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu nesta quarta-feira (21) o servidor suspeito de esconder câmeras para filmar vítimas nuas sem consentimento. Identificado como Pablo Silva Santiago, e conhecido como DJ Pablo Peligro, ele também atuava como produtor cultural em Brasília.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
O homem foi levado para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM I). O g1 não conseguiu contato com o servidor federal e nem com a defesa dele.
Segundo a PCDF, ele é investigado por envolvimento em um esquema criminoso de captação, armazenamento e divulgação de imagens íntimas de mulheres sem autorização. Ao menos sete vítimas foram identificadas pela Polícia Civil. Umas delas contou que foi gravada enquanto usava o banheiro (veja vídeo abaixo).
De acordo com a investigação, o homem, de 39 anos, instalava câmeras em banheiros de casas, pousadas e locais públicos e divulgava as imagens em aplicativos de mensagens e sites pornográficos. Os registros mostram mulheres nuas em momentos íntimos, como no banho ou fazendo necessidades fisiológicas.
No dia 14 de maio, o Ministério da Cultura, órgão onde Pablo trabalhava, afastou preventivamente o servidor. Em nota, a pasta informou que apreendeu o computador utilizado no ambiente institucional, solicitou à Polícia Federal a varredura no "bloco B", e abriu processo administrativo para apuração do caso (veja íntegra da nota ao final da reportagem).
O que se sabe sobre o caso, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal
Vítima diz que foi filmada, sem consentimento, enquanto usava o banheiro.
O caso começou a ser investigado em abril, quando a então namorada de Pablo encontrou os arquivos em dispositivos eletrônicos dele. A mulher conseguiu uma medida protetiva contra o ex.
Um pen drive com mais de 14 GB de vídeos foi entregue à polícia.
Pablo colocava câmeras escondidas nos banheiros da sua casa, de um estúdio de dança, locais públicos e em casas de pessoas próximas.
Os vídeos registravam as mulheres em momentos íntimos.
O servidor praticava os crimes desde 2017, e os vídeos estavam organizados em pastas, com os nomes das vítimas e datas das gravações.
Segundo testemunhas, ele também usava os vídeos como "moeda de troca" para ter acesso a imagens de necrofilia.
Para evitar a destruição de provas, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Pablo nesta terça-feira (13).
Em depoimento, um amigo do investigado afirmou que Pablo confessou ser "viciado em pornografia" e que o vício o levava a gravar vídeos cada vez "mais estranhos", envolvendo amigas, ex-namoradas, conhecidas e até desconhecidas (veja imagem abaixo).
Trecho de depoimento à Policia Civil onde amigo conta que suspeito falou sobre crimes
TV Globo/Reprodução
O que diz o Ministério da Cultura
"Desde esta terça-feira, (13), quando a gestão tomou conhecimento da operação da Policia Civil realizada em relação a um dos servidores efetivos da Pasta, as equipes do Gabinete da Ministra da Cultura e da Secretaria-Executiva estão trabalhando diligentemente para dar respostas o mais célere possível e garantir a segurança da equipe do MinC.
Foram tomadas as medidas preventivas e acautelatórias como afastamento preventivo do servidor, apreensão do computador utilizado no ambiente institucional, solicitação à Polícia Federal de varredura no bloco B e abertura de processo administrativo para apuração do caso.
Importante lembrar que todas as medidas exigem procedimentos administrativos específicos, alguns dos quais sigilosos.
Incentivamos que as e os colegas que tiverem qualquer informação sobre os fatos procurem a Ouvidoria e ressaltamos que, até o momento, não há indícios de que as ilegalidades tenham ocorrido nas dependências do Ministério da Cultura.
Por fim, o Ministério reitera que repudia toda e qualquer violência e manifesta profunda solidariedade a todas as vítimas. A pasta reafirma o compromisso inegociável com a proteção das mulheres, a integridade dos espaços culturais e o esforço diário e incessante para que o ambiente de trabalho seja também um local acolhedor e seguro para todas as mulheres."
LEIA TAMBÉM:
VÍTIMAS: 'Senti que ele se apropriou do meu corpo': veja relatos de vítimas de servidor federal investigado por esconder câmeras para gravar mulheres nuas
FALSO MÉDICO: Polícia prende homem que se passava por médico em Ceilândia; vítima buscava atendimento para filho com câncer
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
COMENTÁRIOS